1970-1990 – Regime militar, grandes sinistros e luta contra os bancos
Nos anos posteriores à regulamentação, o Brasil passou por momentos de intensa agitação social. O Partido Comunista ganhou força nas urnas e nas ruas, e a repressão culminou no golpe de Estado, instituindo um regime militar e mais de 20 anos de governo autoritário.
O Sincor-SP ficou limitado devido às medidas restritivas impostas às entidades sindicais. Como alternativa, os profissionais criaram o Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo (CCS-SP), onde passaram a se reunir para defender os interesses da classe. Apesar da repressão, cresceu o número de corretores de seguros no Estado, inclusive com o ingresso das primeiras mulheres na atividade.
Nesse período também aconteceram sinistros que marcaram a história de São Paulo, como os incêndios do Edifício Andraus, em 1972, e do Edifício Joelma, em 1974, este último deixando 191 vítimas fatais e mais de 300 feridos.
Contra os bancos
Após duas décadas de ditadura, o Brasil elegeu, em 1985, um presidente civil. Anos depois, o Plano Real estabilizou a moeda e o País entrou em um processo de prosperidade econômica e consequente crescimento do mercado de seguros.
Com a elaboração da Constituição, uma nova luta política foi travada pelos corretores de seguros: os bancos ganharam ainda mais força na atuação em seguros. Com o slogan “Banco é banco, seguro é seguro, corretor é corretor!”, a campanha da categoria teve desdobramentos no Congresso Nacional.
Em 1983, o Sincor-SP produziu documento contra a invasão dos bancos no setor e entregou ao então presidente da República, João Figueiredo. O estudo apresentava ainda um quadro do mercado de seguros, oferecendo subsídios para aperfeiçoá-lo, indicando a criação de novas modalidades de seguros que atendessem melhor o segurado, como também a indicação de uma formação mais aprofundada aos corretores.
Anos mais tarde, em 1988, a luta continuava. A entidade criou um Comitê Político para atuar junto aos Constituintes. O grupo passou por diversas estadias em Brasília, peregrinando por gabinetes de deputados e senadores, para barrar a inserção dos bancos no setor. Naquele mesmo ano, a Constituinte decidiu que os bancos só poderiam exercer atividades financeiras bancárias, trazendo nova vitória para a categoria.
“O Sincor-SP sempre será a voz dos corretores de seguros. Nestes 85 anos de história, fez grandes transformações em favor dessa classe de profissionais, que são verdadeiros agentes sociais. Nessa trajetória, o nascimento do CCS-SP é uma passagem importante. O Clube foi fundado na década de 70, em pleno regime militar, assumindo temporariamente as ações do Sincor-SP. Isto porque, naquela ocasião, as reuniões de sindicalistas eram vistas como séria ameaça aos governantes. Portanto, a criação do Clube foi uma saída estratégica para que as ações jamais fossem interrompidas. Uma década depois, o Sincor-SP retomou os seus trabalhos. Isto denota uma irmandade natural e eterna”
Evaldir Barboza de Paula – Mentor do Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo (CCS-SP)
“Ao longo de sua trajetória, o Sincor-SP sempre esteve ao lado da categoria, defendendo e lutando por seus direitos, obtendo inúmeras conquistas e estimulando o aprimoramento técnico-acadêmico. Desejo ainda mais prosperidade e êxito no caminho que está por ser trilhado!”
Robert Bittar – Presidente da Escola Nacional de Seguros (ENS)
“O Sincor-SP construiu uma história de lutas e conquistas e muita dedicação de vários corretores de seguros. Sua atuação para a regulamentação, reconhecimento e consolidação da profissão de corretor de seguros foi fundamental para o desenvolvimento da categoria. Hoje, diante dos novos e imensos desafios da profissão, o Sincor-SP prossegue na sua missão de orientar e defender os interesses da categoria, modernizando-se e apontando os novos caminhos da capacitação e do empreendedorismo. Parabéns ao Sincor-SP, que tive a honra de presidir. Sua importante trajetória é motivo de orgulho e inspiração para todo o mercado de seguros.”
Octavio Milliet – Presidente da Associação Paulista dos Técnicos de Seguro (APTS) e ex-presidente da Fenacor e do Sincor-SP