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20º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros defende a inserção dos profissionais na era digital

Em dois dias de evento, os corretores de seguros foram orientados sobre o uso da tecnologia nos negócios e conheceram a nova ferramenta da Fenacor

Por Thaís Ruco

A vigésima edição do Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros, realizado pela Fenacor (Federação Nacional dos Corretores de Seguros), de 12 a 14 de outubro, em Goiânia (GO), reuniu mais de 2.000 corretores de seguros, segundo a organização, e foi o evento mais provocativo da história do congresso, ao alertar e defender a importância da tecnologia para os profissionais, com o tema “O setor de seguros na era digital”.

A solenidade de abertura contou com as participações do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB); dos ministros Diogo de Oliveira (Planejamento) e Ronaldo Nogueira (Trabalho); do superintendente da Susep, Joaquim Mendanha; do deputado Lucas Vergílio (SDGO); e dos presidentes da Fenacor, Armando Vergílio, da CNSeg, Márcio Coriolano, da Escola Nacional de
Seguros, Robert Bittar, e do Sincor-GO, Henderson de Paula Rodrigues.

Logo no início do evento, o presidente da Fenacor disse que a tecnologia não pode substituir o conhecimento e a qualidade do serviço prestado pelos corretores de seguros. “O corretor de seguros não é, e não pode ser, jamais, um simples intermediário. Ele é muito mais do que isso. É um assessor, um advisor qualificado, cuja função é agregar valores e benefícios. A nossa missão é proteger o segurado e também a seguradora, na seleção de riscos e mitigação de conflitos, evitando a judicialização e as fraudes”, declarou. Vergílio aproveitou a ocasião para conclamar os presentes a serem mais ousados e criativos na criação de produtos e serviços. “Faltam soluções arrojadas. Há uma crise de criatividade”, afirmou.

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“O setor de seguros na era digital”

O talk show intitulado com o tema do evento foi coordenado pelo presidente do Sincor-SP e vice-presidente da Fenacor na região Sudeste, Alexandre Camillo. Participaram ainda Ronaldo Lemos, comentarista da GloboNews e diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedadedo Rio de Janeiro (ITS Rio); Marcelo Blay – CEO da Minuto Seguros; Christophe Antone – diretor Digital da MDS Corretora de Seguros; e Thiago Camargo Lopes, secretário de Informática do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

“Estamos diante de diversos desafios virtuais, mas temos, na verdade, que dar bastante atenção às oportunidades, que estas sim são reais. Vamos buscar entender o que vem de inovação e disrupção que a tecnologia nos traz, e canalizar nossas energias para desenvolver oportunidades neste País com potencial enorme, em especial para o setor de seguros”, declarou Camillo.

“Dados mudam a forma de se gerenciar riscos. Se tem uma grande oportunidade para o mercado de seguros é a análise de dados. Conhecer melhor o cliente, seus hábitos e necessidades é uma exigência para o corretor que quer empreender na era digital”, disse Ronaldo Lemos. O comentarista abordou as transformações da internet, que primeiro conectou redes; depois pessoas e, hoje, conecta objetos, modificando a forma como as pessoas vivem. “O primeiro objeto conectado à internet foi o smartphone. Hoje, temos vários outros objetos conectados, gerando, inclusive, muitos impactos para o mercado de seguros”, afirmou, ressaltando a realidade dos monitoramentos dos comportamentos humanos, com forte consequência para o setor. Porém, enfatizou que, apesar de toda a tecnologia, o diferencial continua no elemento humano. “Na hora do sinistro ninguém quer falar com um robô”.

Corroborando com este pensamento, Marcelo Blay apresentou aos congressistas um pouco da operação da Minuto Seguros, mostrando como funciona uma corretora multicanal. “Nós vendemos da forma como o cliente quer comprar: por chat, online, e-mail, WhatsApp, telefone, presencialmente. Seja qual for a forma, utilizamos nossa grande base de dados para atender o que a pessoa de fato quer”, explica. Segundo ele, a corretora faz a primeira abordagem pelo meio eletrônico, mas a venda não consegue ser 100% online, pois o seguro demanda a consultoria de um corretor. “70% dos nossos clientes são novos entrantes no mercado de seguros e por esse perfil de novos clientes, é preciso darmos diversas explicações sobre o produto, não dá para operar somente via sistema”.

Christophe Antone, da MDS Corretora, abordou as inovações que abrangem toda a cadeia de valor do setor, desde as companhias de seguros, o canal de distribuição, até os clientes finais. Thiago Camargo Lopes, do MCTIC, citou a teoria da seleção natural de Darwin para explicar a importância de acompanhar as novas tecnologias – “Quem vai mais longe não é o mais forte ou o mais inteligente, mas aquele que melhor se adapta às mudanças”, e completou com um pensamento que foi elogiado e repassado pelo presidente do Sincor-SP: “Você não é responsável pelo que vai acontecer, mas é responsável por como vai reagir às mudanças”,
disse Lopes.

Inclusão na era digital

“Sou corretor de seguros na era digital, e agora?”. O questionamento norteou o debate mediado pelo diretor de Comunicação da Fenacor, Érico Melo, que destacou que a entidade vem acompanhando as transformações geradas pela tecnologia e, para isso, criou o Comitê de
Inovação.

A corretora de seguros paulistana, CEO da Ragaz Assessoria de Treinamentos, Claudia Simplício, também apontou as principais mudanças da era digital e ressaltou que os corretores de seguros precisam estar atentos e se adaptar a esse novo cenário. Para ela, a tecnologia vem para somar e ajudar na otimização dos processos.

Já o presidente da Fenacor, afirmou que esse assunto sempre esteve no radar da entidade, que foi buscar uma solução digital para atender às necessidades dos corretores, lembrando os resultados da pesquisa ESECS-PJ. “Entendemos a importância de acelerar a transformação digital para todos os corretores. Desta forma, buscamos uma solução que colocasse esse profissional na vanguarda, mas que tivesse uma posição igual a nossa, ou seja, seguro só com o corretor”, observou.

Vergílio apresentou mais detalhes sobre a parceria com a empresa Wiz, que resultou na criação da plataforma Zim. Segundo ele, a solução foi feita sob medida para os corretores de seguros e oferece todas as garantias de preservação e segurança aos usuários. “Essa ferramenta permite que o corretor receba leads e aumente suas vendas, se conecte diretamente com suas seguradoras sem burocracia, se relacione com os clientes e cuide da carteira por meio digital. Tudo isso pode ser feito de qualquer lugar e a qualquer hora, seja do celular ou do computador”, concluiu.

O CEO da Wiz, João Silveira, fechou o painel e reforçou o compromisso da empresa em atender aos corretores e contribuir para que todos operem na era digital. “Acreditamos em um novo jeito de fazer negócio e o corretor tem papel fundamental nessa nova era digital. O Zim vai ajudar a melhorar a produtividade desse profissional e, consequentemente, sua performance de vendas”, afirmou.

Canais digitais como ferramenta de vendas

Especialistas em inovação trouxeram a clara mensagem para os corretores de seguros de que a tecnologia veio para mudar comportamentos e a indústria de seguros, como todas as outras, deve se unir a ela. O painel “Canais digitais como ferramenta de vendas”, mediado pelo vice-presidente Nordeste da Fenacor, Juvenal Vilanova, fez a plateia refletir sobre as transformações pelas quais a sociedade vem passando, cada vez mais rápidas e disruptivas.

Martha Gabriel, escritora e palestrante internacional nas áreas de marketing, inovação e educação, usou duas imagens para ilustrar a evolução das relações de trabalho, dentro e fora das empresas. A pirâmide representava o passado, onde o conhecimento era concentrado nos níveis mais altos, e a ampulheta para mostrar o presente, significando a quase inexistência de intermediários, onde o conhecimento é produzido por pessoas capacitadas. A também professora deu exemplos de aplicativos e empresas que vieram para revolucionar a relação com o consumidor, entre os quais Waze, Uber e Netflix.

“O que está ameaçando as relações comerciais hoje não é a tecnologia e, sim, a mudança de comportamento que ela traz. Se o corretor de seguros quiser continuar intermediando a relação com o consumidor, terá que agregar valor que o diferencie da internet ensina.

O jornalista Pedro Doria, editor do Canal Meio, trouxe dados sombrios do mercado de trabalho americano com o advento da machine learning (computadores que adquirem conhecimento pela repetição). Segundo Doria, 38% dos empregos serão extintos naquele país nos próximos anos, entre eles os de corretor de seguros.

Em contraposição, o consultor da McKinsey, João Bueno, apresentou gráficos do crescimento da indústria de seguros brasileira nos últimos anos, ressaltando que mesmo em países onde a tecnologia está bastante avançada, o setor segue em crescimento. Ele cita, por exemplo, países da Europa como Itália, Espanha e Portugal, onde apenas 20% das vendas são feitas de forma direta, embora o sistema seja bem conhecido da sociedade.

“Ser digital não é fazer venda direta sem intermediação. É utilizar a tecnologia para agregar valor ao nosso produto. A digitalização é um processo que vem de fora para dentro e o corretor tem que lidar com isso”, enfatizou Bueno.

O diretor-geral da Porto Seguro, Rivaldo Leite, reforçou o discurso da apropriação da tecnologia em prol do setor, mostrando que é preciso aproveitar as oportunidades surgidas com estas transformações. “O corretor que ficar preso somente aos produtos de carro terá certamente problema. É preciso diversificar, oferecer outras opções de seguros”. Leite citou o apoio que a seguradora tem dado aos profissionais que desejam se digitalizar com o desenvolvimento de novos programas e aplicativos.

Pesquisa e criação do Zim

A Fenacor apresentou, durante o Congresso, a 3ª edição do ESECS-PJ, Estudo Socioeconômico das Empresas Corretoras de Seguros, realizado pelo economista Francisco Galiza. O novo levantamento esteve focado no posicionamento das empresas corretoras de seguros diante do tema “O setor de seguros na era digital”, mesmo do evento, e foi apresentado em palestra do jornalista e advogado, consultor jurídico do Sincor-SP, Antonio Penteado Mendonça.

O ESECS-PJ busca contribuir para os donos das corretoras de seguros estruturarem planos de negócios, servindo também de base do planejamento de ações da Federação e dos Sincors. O principal resultado da pesquisa foi que existe dificuldade de acesso a sistemas de tecnologia, principalmente por corretoras de seguros de pequeno e médio portes – profissionais gastam 65% do seu tempo com atividades fim e apenas 35% com tarefas relacionadas à venda e ao relacionamento com o cliente – o que motivou a entidade a entregar uma solução de tecnologia para os corretores de seguros que desejarem aderir. O Zim.

A ferramenta oferece CRM para gestão de clientes, um aplicativo para o profissional e outro para o consumidor, e site de leads. Trata-se de uma parceria da Fenacor e da corretora Wiz, onde 25% das ações pertencem à Youse, o que dividiu a opinião dos corretores de seguros.

Para oferecer confiança, o Zim é coberto por uma apólice de RC/E&O, com importância segurada de até R$ 2 milhões, caso haja violação de dados. Cabe ao corretor de seguros avaliar e decidir se deve ou não aderir. Os interessados podem baixar o aplicativo, com o nome “Zim Corretor” no Google Play ou Apple Store, ou acessar o endereço www.zim.com.vc e usar a plataforma através do computador. No cadastro o usuário pode vincular suas apólices, clientes e iniciar a experiência.

A Fenacor se mostrou aberta para analisar outras soluções tecnológicas que melhor atendam à categoria e o Sincor-SP, por meio do Comitê de Inovação, também está em busca de alternativas.

Delegação de São Paulo

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Mais de 300 corretores de seguros do Estado de São Paulo participaram do 20º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros. Os profissionais estiveram presentes nas mais diversas posições – como congressistas, palestrantes, mediadores, e até como sorteados. O evento realizou o sorteio de seis automóveis Chevrolet Ônix 0km, oferecidos pela Zurich Seguros, e o corretor de seguros da Regional São Paulo Sul do Sincor-SP, Josafá Ferreiro Primo, foi um dos sorteados. “Foi muito emocionante, a sorte esteve comigo duas vezes, primeiro quando fui sorteado para receber a chave que daria direito a tentar ligar o carro, e depois quando ligou”, declara.

ID Seguro apresenta oportunidades da certificação digital para corretores do Brasil

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A ID Seguro, que agrega as Autoridades Certificadoras dos corretores de seguros AC Sincor e AC Fenacor, teve participação de destaque no Congresso. O gerente de certificação digital da ID Seguro, José Nagano, acompanhado do supervisor de TI da Fenacor, Gabriel Pinheiro, comandou o painel “ID Seguro – benefícios e oportunidades da certificação digital”, em uma sala paralela ao grande auditório, reunindo corretores interessados em se credenciar como Autoridades de Registro. “A criação da marca ID Seguro teve como intuito gerar uma identidade única para Autoridades Certificadoras do mercado de seguros, facilitando o reconhecimento dos clientes e garantindo uma comunicação alinhada e assertiva”, explicou Nagano. “A ID Seguro possui a maior rede de Autoridades de Registros credenciadas pelo ITI – Instituto Nacional de Tecnologia da Informação”, revelou.

Os executivos apresentaram a evolução da sociedade para o meio digital e as oportunidades de negócios trazidas com a mudança. “Para o corretor de seguros, que protege os bens materiais, a saúde e a vida dos clientes, nada como passar a proteger também a sua identidade digital”, disse Nagano, apresentando as vantagens para as corretoras de seguros se tornaram ARs da ID Seguro.

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