Continuidade ao legado do pai
O corretor de seguros Henrique Brandão Junior é CEO do Grupo Assurê de Corretagem de Seguros
Henrique Brandão Júnior já nasceu no mercado de seguros. “Sou o Henrique Júnior, então desde que nasci meu pai já tinha em mente que, de alguma forma, daria continuidade a ele”, analisa. “Ele precisava ter alguém para seguir seu trabalho não apenas como corretor, mas na questão política de defender a nossa categoria. Ele sempre teve muita preocupação com a questão e sabia do seu limite como ser humano”, conta.
De início, Henrique Júnior não quis seguir os caminhos do pai. “Jovem, sempre cheio de expectativas e ideias, querendo transformar o mundo, fui para os Estados Unidos aos 16 anos, assim que concluí o Ensino Médio, para fazer faculdade no exterior. Foi muito difícil, porque naquela época não existia internet para manter a proximidade com a minha família, que é muito unida.”
Durante seis anos, morou em Nova Iorque, depois Jacksonville e terminou em Miami – e se formou em Administração de Empresas. “Neste tempo, montei uma produtora de cinema e desenvolvi vários trabalhos. Também tive contato com seguro lá, não trabalhando, mas estudando, tentando entender. Quando voltei para o Brasil, o mercado de seguros estava agitado, muita coisa acontecendo e poder assumir a posição de uma pessoa que sempre foi e é muito reconhecida era uma responsabilidade muito grande. Eu tinha receio de ser sempre o filho do Henrique Brandão. São conflitos que enfrentamos quando somos jovens, mas com o tempo fui entendendo o quanto isso também podia me ajudar. A Assurê é uma corretora de seguros conhecida, nasceu no Rio de Janeiro e hoje atua nacionalmente, completa em abril 57 anos, é mais do que minha idade, que tenho 48.
Ele passou a reconhecer em seu pai “um cara super articulado, super envolvido politicamente”, e a corretora estava crescendo. “Percebi que a arte era muito legal, mas para ganhar dinheiro era no seguro. E estava pronto. Na verdade, o seguro estava no sangue.”
Henrique Junior começou a trabalhar na empresa, mas informalmente. “Não queria a responsabilidade de assumir um cargo, mas atuava na área comercial, desenvolvia relacionamento, que é o nosso foco: trazer negócio e vender”. Ele é o filho mais velho de quatro irmãos e dois deles trabalhavam na empresa.
Em 2015, ele foi eleito CEO da Assurê, em um consenso entre a família e os profissionais. “Temos muitas pessoas capacitadas na empresa, até mesmo meus irmãos e os três vice-presidentes, temos pessoas mais antigas, algumas começaram com meu pai lá atrás, outras vieram do mercado. Mas, por consenso, entenderam que eu seria uma pessoa importante para esse novo modelo. Foi quando entendi que podia agregar valor realmente, que não seria uma sombra do meu pai”, recorda.
Hoje, apesar dos 57 anos de história, a Assurê é uma empresa bem atualizada no mercado – “pude trazer um pouco disso”. “Atuei como CEO tendo meu pai ao lado e foi muito bom, porque ele me agregou, me ajudou, me ensinou. Hoje tenho orgulho de falar que sou filho do Henrique Brandão e que pude dar continuidade a seu trabalho.”
Ele também responde por uma administradora de benefícios, duas startups de seguros, cinco corretoras de seguros e uma corretora de resseguros, além de ter atuado por 12 anos com produtora de cinema e 30 anos com produtora de música. “O momento é de trabalhar para levar a tecnologia e soluções, não somente para os segurados como para os corretores. Tenho feito isso com muita vontade, trabalhado e investido bastante dinheiro nessa missão”. Todo o Grupo Assurê reúne 468 funcionários, atuando em alguns Estados do Brasil.
Casado há 15 anos com a Dayane Ribeiro, Henrique Brandão Júnior é pai da Sophia Beatriz, 14 anos, e do João Henrique, 10. “O João tem o nome do meu pai. Ele tinha uma proximidade grande com o avô, e meu pai dizia que ele seria corretor, que precisava trabalhar, vender seguro. Foi aí que João quis comprar um terno e todas as quintas-feiras, dia em que ele tinha um tempo maior livre na parte da tarde, ia para o escritório de terno ficar com meu pai. São lembrança que vão ficar. Espero que, como eu, ele possa mesmo dar continuidade, ter um pouco desse idealismo que temos de defender a nossa categoria”, se emociona. “Meu pai sempre disse uma coisa e hoje também falo: a Assurê não é um projeto de negócio, mas um projeto de vida.”
A Assurê não é um projeto de negócio, mas um projeto de vida”.