Na linha de frente da era da disrupção no mercado de seguros
Os atuais debates do setor têm girado em torno de um tema determinante para o futuro dos seguros, que é a era da disrupção. Assim como o empreededorismo, a disrupção foi uma bandeira levantada pelo Sincor-SP enquanto pouco ainda se falava sobre o assunto, alertando empresas, executivos e, principalmente, empreendedores, para estarem conosco na linha de frente dessa transformação global pela qual passa o mercado.
Nesses encontros, também é abordado o momento das insurtechs, empresas que unem o mercado de
seguros com os benefícios que a tecnologia oferece – vem da união das palavras seguro (insurance) e tecnologia (technology), assim como as fintechs para o mercado financeiro. No estudo da consultoria PWC intitulado “InsurTech: A golden opportunity for insurers to innovate”, foram detectados os três maiores fatores que conduzem à transformação do modelo
de negócio do mercado de seguros: expectativas do cliente, ritmo de inovação e surgimento de startups.
O conceito das insurtechs traz para o mercado uma grande disrupção, um caminho sem volta,
novas oportunidades que vão aprimorar toda nossa estrutura e relações em cadeia. É o caminho para que, no futuro próximo, possamos trabalhar de forma mais inteligente, com custos muito menores, obtendo mais ganhos e nos estruturando de maneira mais sólida para as próximas gerações.
Entre os principais encontros do setor, tivemos no mês de outubro o 20º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros, realizado pela Fenacor, em Goiânia, e o tema foi justamente “O setor de seguros na era digital”. Comandei o talk show que teve o mesmo mote, para debater com experts tudo o que se trata de inovação, de disrupção, e trazer as oportunidades que continuam gigantes em nosso país e, principalmente, em nossa indústria de seguros.
No painel, os especialistas enfatizaram a importância da tecnologia para a distribuição, mas com a presença do corretor de seguros. Foi destacada a relação longeva que o corretor tem com o cliente. O consumidor hoje tende a trocar de marcas, de empresas, mas não em nossa atividade, que ainda é uma relação de fidelidade e de longevidade, e essa relação é conosco, corretores de seguros, o que nos permite acompanhar todo o ciclo de vida do cliente e sermos assertivos no atendimento às suas necessidades, mais do que qualquer máquina, mas, por que não, com o auxílio delas.
Foi citada uma comparação da adaptação aos novos tempos com a teoria da seleção natural de
Darwin, na qual quem sobrevive mais tempo não é o mais forte nem o mais rápido, mas quem se
adapta melhor. E uma frase no debate me chamou atenção “Você não é responsável pelo que
vai acontecer, mas é responsável pela forma como vai reagir às mudanças”. Da forma como tivemos competência para manter relação longeva com o cliente, vamos nos adaptar para estar com ele em suas novas necessidades.
Também foi esclarecido por nosso coordenador da Comissão de Tecnologia e membro do Comitê
de Inovação do Sincor-SP, Marcelo Blay, que a utilização da tecnologia é aliada, mas nunca substituta do elemento humano, pois não existe venda 100% online. Atendimento é o diferencial, temos o desafio de atender bem o cliente mesmo quando crescemos, pois em nossa relação de fidelidade as pessoas só mudam de empresa se são mal atendidos. Cada vez mais é possível e acessível atender com o apoio da inteligência artificial, de aplicações que auxiliam o corretor a realizar uma análise da base de dados e criar um atendimento daquilo que o cliente necessita. Porém, em alguns momentos, como na hora do sinistro, nenhum cliente vai querer tratar apenas com o sistema robotizado.
Foi com esta percepção que a Fenacor apresentou durante o evento a plataforma tecnológica Zim, que dividiu opiniões dos corretores, e fica a critério de cada um verificar se este é ou não o melhor caminho para se lançar na era digital – mas que este caminho terá que ser trilhado, não há dúvidas. Evidentemente teremos que nos adaptar a tudo isso, não tem jeito,
como diz o Prof. Marins: “Não adianta querermos mudar a realidade. Há que se adequar, querer muda-la é perda de energia”. E ainda destaco, mais uma vez, o empreendedorismo, como sendo a postura e atitude que todos nós empresários da corretagem de seguros e da distribuição de serviços temos que adotar, pois sem dúvida é nossa única salvaguarda para poder enfrentar toda essa transformação.
Neste mês de outubro realizamos o lançamento do 18º Conec, no qual aplicamos a inovação – acontecerá em novo local, mais moderno, o Transamérica Expo Center; e em nova data, de 27 a 29 de setembro de 2018 – e que também irá debater o impacto da disrupção no mercado de seguros. Até lá estaremos atentos e vamos preparando os corretores de seguros para esse momento único de transição.
Forte abraço!