Educação financeira como base para um consumidor de seguros consciente
9 de maio de 2014Com o objetivo de orientar o mercado de seguros sobre a importância de realizar iniciativas que estimulem o esclarecimento da população na hora de adquirir assistência securitária, a CNseg promoveu a 4ª Conferência de Proteção do Consumidor de Seguros, nos dias 6 e 7 de maio, em São Paulo. O evento faz parte da agenda oficial da Semana Nacional de Educação Financeira do Governo Federal.
Durante a abertura do encontro, a diretora executiva da CNseg, Solange Beatriz Palheiro Mendes, destacou que é necessária a readequação de políticas que tragam entendimento sobre a educação e inclusão financeira do consumidor em relação ao mercado de seguros. “A instrução é o caminho para que a população possa se adequar às boas práticas do setor e ser um consumidor de seguros consciente”, aponta Solange.
A palestra inicial do evento, intitulada “O valor do amanhã”, foi conduzida pelo economista Eduardo Gianetti, que apresentou o caráter conceitual do mercado de seguros, tendo como parâmetro seus desafios, oportunidades e ameaças. O especialista explicou como as preferências e escolhas das pessoas influenciam no universo do consumo. “Com a troca intertemporal, as pessoas assumem uma posição credora (pagando agora para usufruir no futuro) ou devedora (antecipando o consumo para pagar depois). Não há nada de errado com as posições de credor ou devedor, mas é preciso tomar cuidado com os excessos”, diz.
Segundo Gianetti, o Brasil possui diferentes mercados e é o terceiro maior do mundo com produtos de desfrute imediato, que são cosméticos, confeitos, pet care e energéticos. No caso do mercado de seguros, o País ocupa o 17º lugar no ranking mundial.
Para reforçar a questão das escolhas, o economista apresentou uma pesquisa realizada pelo psicólogo americano Walter Mischel. O experimento avaliou crianças de 4 a 12 anos, que ficaram sozinhas em uma sala com o dever de suportar a vontade de comer um ou dois chocolates oferecidos a elas até que seus pais voltassem. Caso não aguentassem esperar, as crianças poderiam tocar um sino. As que resistiram por 20 minutos ganhavam duas barras, as demais, somente uma.
As crianças avaliadas foram acompanhadas durante anos após o experimento e, na conclusão da pesquisa, foi constatado que a espera influencia no comportamento. As crianças mais pacientes atingiram melhor avaliação escolar, cursaram ensino superior e construíram uma vida digna. Enquanto que a maioria das que foram ansiosas apresentaram rendimento escolar baixo, se tornaram usuárias de drogas e não tiveram um futuro promissor.
Gianetti concluiu a palestra destacando a importância do consumo consciente e planejado para benefício futuro. “Os produtos de seguros ocupam a posição credora na vida das pessoas. O consumidor espera contratar o serviço como garantia do amanhã, entretanto, com a esperança de que não seja usado. Dessa maneira, a avaliação e controle das pessoas no momento de escolher o produto que realmente atinja suas necessidades são imprescindíveis. Se o indivíduo não tiver a confiança da garantia que seu sacrifício de agora irá beneficiá-lo futuramente, a lógica dessa operação ficará comprometida”, finaliza.
Fonte: Comunicação Sincor-SP