Executivas do setor de seguros abordam produtividade no home office
7 de março de 2022Muitos profissionais ampliaram a carga de trabalho durante a pandemia, e para grande parte das mulheres foi ainda mais intenso, pois já viviam múltiplas jornadas. Defendendo a importância do trabalho em equilíbrio para manutenção da saúde, a jornalista, apresentadora, palestrante e escritora Izabella Camargo comandou o painel “Executivas do setor de seguros: home office e produtividade”, realizado na tarde de sábado (04/03) no 22º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros. O painel contou ainda com as ponderações de Patrícia Chacon, CEO da Liberty Seguros; Maria Helena Monteiro, diretora de Ensino Técnico da Escola de Negócios e Seguros (ENS); e mediação de Maria Filomena Magalhães, presidente do Sincor-MG.
“Sou apaixonada pelo que faço, tenho 24 anos na área de comunicação, sou workaholic. Quando cheguei na principal emissora do País, entrevistando pessoas importantes, tive um apagão ao vivo enquanto apresentava a previsão do tempo em um dos jornais”, contou. “Faz sentido se vocês, corretores de seguros, venderem tanto e não tiverem saúde?”, questionou.
Ela relatou que o apagão aconteceu após quatro anos de sinais de estresse, como queda de cabelos, noites mal dormidas, dores de cabeça diariamente, crises de ansiedade, falta de concentração. “Meu corpo fez de tudo para avisar que neste ritmo que eu estava não iria muito longe. Estava agressiva com meu marido, cheguei até a ter ideias suicidas. Quando o corpo envia sinais e você não ouve, ele começa a falhar e ter as ideias suicidas”, disse.
Com o apagão veio o diagnóstico de síndrome de burnout. “Quando nosso lado profissional está lá em cima e o pessoal embaixo, passamos a normalizar o anormal, temos sobrecarga, e podemos chegar à síndrome de burnout”. Foi então que começou a estudar e falar sobre este tema. “Entendi que estava vivendo um ambiente muito insustentável, não apenas dentro do trabalho, mas na minha vida”.
“Vocês que cuidam dos bens mais preciosos dos seus clientes, como estão cuidando de si próprios? Quem acha que sua forma de trabalhar e seu estilo de vida é sustentável?”, provocou. “Muitos de nós estamos na ausência de nós mesmos, por tudo o que queremos fazer e alcançar. Não tem nada de errado trabalhar e ter ambição, desde que você se inclua na sua própria agenda. É preciso equilibrar espiritualidade, trabalho, saúde e família”.
Izabella disse que temos imagem de super heróis, mas isso é ficção. “Um sinal vermelho é quando buscamos muito recompensas imediatas, como excesso de remédios, comida ou bebida. Muito cuidado com esses excessos, podemos estar lidando como normal o anormal”.
Todos estamos mais estressados e ansiosos por conta de todas as adaptações e inseguranças coletivas e individuais. “Na pandemia, estamos trabalhando cerca de mais três horas por dia, com excesso de telas, e muitas atribuições. Emponderaram tanto as mulheres para o trabalho, mas não emponderaram os homens para as atividades de casa, e mudar isso passa por nós, mulheres: reduzindo a régua da perfeição, delegando mais, dizendo ‘não’, dando limite”. O perfil da mulher de ser multitarefa aumenta cansaço, estresse, favorece os erros, e diminui a criatividade. “Aprendi com o nadador Gustavo Borges que é muito importante ter um sono de qualidade, e que só bate metas quem cumpre suas necessidades pessoais. O autocuidado é o único combustível sustentável para o motor da vida”, finalizou.
Patrícia Chacon lembrou que a pandemia fez todos nós refletirmos muito sobre os novos modelos de trabalho. “Muito tem sido falado nesses últimos tempos sobre o futuro do trabalho. O cenário híbrido já era uma previsão, mas o futuro foi acelerado”. Entre outras mudanças que foram impulsionadas, ela comentou que vivemos na era da personalização: pessoas e empresas querem ser tratadas como únicas. “O mercado de seguros está personalizando a oferta de produtos para os clientes. O modelo de trabalho também tem que ser personalizado, tem que levar em consideração os fatores de sucesso de cada função. Temos mais soluções digitais do que nunca, que viabilizam novas modalidades de trabalho, usar bem as ferramentas digitais ao nosso alcance potencializa nosso crescimento”. Mas, reforçou que nós somos seres humanos e precisamos das conexões. “Olho no olho é importante. O mundo é digital, mas eventos e encontros são importantes. Temos mais do que nunca que fortalecer nossas conexões”, disse.
Maria Filomena Branquinho completou que “o digital” veio para ajudar e não competir com os profissionais. “Muitos seguradores acham que digitalizando todo o atendimento facilitam a vida do corretor, mas não é verdade, precisamos do atendimento humano também. O segurador que se atentar a isso sairá na frente em muitos processos”.
Maria Helena Monteiro frisou que até pouco tempo era impensável uma mulher jovem como Patrícia se tornar CEO de uma seguradora, ou ainda ver uma plateia cheia de homens ouvindo sobre a atuação profissional das mulheres. “A pandemia mudou muita coisa em nossas vidas, principalmente juízo de valor e prioridades das pessoas. As mulheres estão trabalhando muito mais para que todas as áreas estejam andando bem, precisamos equilibrar e dividir mais as tarefas de casa com os homens”, reforçou.
Fonte: Comunicação Sincor-SP