Justiça bloqueia R$ 30 mil de arquiteta acusada de fraudar pedidos de reembolso pela SulAmérica em São Paulo
22 de outubro de 2024O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) acatou um pedido da SulAmérica e ordenou o bloqueio de R$ 30 mil da conta da arquiteta Camila Klein. A seguradora alega que a beneficiária cometeu fraudes em solicitações de reembolso de consultas médicas psiquiátricas.
De acordo com a decisão, o valor bloqueado corresponde a 60 pedidos de reembolso, no montante de R$ 500 cada, feitos por Camila entre março e agosto deste ano. Além disso, a 6ª Câmara de Direito Privado determinou a suspensão de outros 15 pedidos pendentes de pagamento pela seguradora.
O julgamento do mérito da ação ainda está pendente, porém o relator do caso, Ramon Mateo Júnior, afirmou que “a documentação apresentada é robusta o suficiente para, no mínimo, indicar a presença de fraude”.
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) também se pronunciou no processo, solicitando a abertura de um inquérito policial para apurar os crimes de estelionato e falsificação de documentos.
Ao ser procurada para comentar as acusações, Camila negou qualquer envolvimento nas fraudes e alegou que o sistema de reembolso da SulAmérica apresenta falhas. Segundo a arquiteta, a ferramenta não fornece confirmação das solicitações, o que resulta na contabilização repetida dos pedidos. Ela declarou que processará a empresa por danos.
A SulAmérica, por sua vez, alega que Camila apresentou 75 recibos e comprovantes de pagamento de consultas psiquiátricas com sinais de adulteração. Após contatar o médico responsável pelos recibos, que negou ter emitido tais documentos, a seguradora verificou ainda que os pagamentos não estavam de acordo com os padrões do banco Bradesco.
A empresa também identificou registros de biometria facial no aplicativo da SulAmérica, confirmando que era Camila quem realizava os pedidos, em sua maioria durante a madrugada. Diante das evidências, a arquiteta alegou inicialmente que o plano de saúde foi contratado sem sua autorização e que as solicitações partiram de sua faxineira.
Em um segundo momento, Camila atribuiu os erros ao aplicativo e sugeriu a devolução dos valores contestados. No entanto, a SulAmérica questionou as inconsistências em sua defesa, destacando a falta de justificativa para a apresentação de documentos falsificados e as contradições em suas declarações.
Fonte: Folha de S. Paulo