Presidentes do Sincor-SP e da CNseg avaliam o setor em live do Sindseg SP
4 de março de 2021O Sindseg SP (Sindicato das Seguradoras de São Paulo) realizou sua primeira live, no dia 04 de março, com lideranças do setor de seguros para analisar as tendências para 2021. Rivaldo Leite, presidente do Sindseg SP, recebeu Marcio Coriolano, presidente da CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras), e Alexandre Camillo, presidente do Sincor-SP (Sindicato dos Corretores de Seguros no estado) em um bate-papo de muito conteúdo em uma hora e meia de duração. O vídeo pode ser conferido no canal do Sindseg SP no YouTube.
Coriolano abordou mudanças que a pandemia impôs ao setor, e que uma das grandes evoluções neste período foi a proximidade cada vez maior entre seguradores e corretores de seguros. “Talvez tenha sido o ano que mais aproximou estas duas faces da mesma moeda. Existiu de nós todos um comprometimento muito maior do que nós tínhamos em nos irmanarmos”, disse. Sobre esta parceria, Camillo completou que muitos acreditam que divergir é desagregar, quando na verdade é promover de fato a melhora das opiniões diversas e a partir daí juntos construir o caminho desejado. “É exatamente isso que as lideranças, quer seja das seguradoras ou dos corretores estão promovendo”. Rivaldo corroborou que o mercado está unido e deve permanecer assim, o que é muito importante para o desenvolvimento. “Tivemos um ano muito difícil e com tantos mercados em queda o mercado de seguros se superou graças a essa união”.
O presidente da CNseg expôs que, apesar de toda as dificuldades, o setor de seguros conseguiu crescer 1,3% em 2020. “É menos do que vinha crescendo historicamente claro, vínhamos de um crescimento em 2019 de 12,5%, foi uma queda brutal, pois a crise da pandemia foi um desastre para a nação, trouxe crise de mobilidade, de consumo, de produção, e veio a crise econômica, o PIB do ano passado teve queda de -4,1%”, justificou. “Se transformarmos este crescimento de 1,3% em crescimento real, descontada a inflação, o nosso setor teve uma queda de -1/6%, que é uma boa notícia por incrível que pareça, porque é muito menor do que de outros setores e do PIB. Único setor que se salvou no país foi o agroindustrial, e nosso setor de agro também teve grande crescimento. Enfim, nós seguradores e corretores conseguimos levar o setor a este patamar melhor do que outros”.
O presidente do Sincor-SP ressaltou que todos foram pegos pela pandemia de forma tão inusitada e que devem se felicitar pelos resultados apresentados diante deste cenário. “O momento é muito oportuno porque o resultado de uma equação se dá pelos componentes, pelas variáveis colocadas na equação. Os resultados foram muito bons em 2020 e as perspectivas muito melhores em 2021”, afirmou.
Camillo disse que, felizmente, o setor estava preparado e estimulou analisar também o mercado internacional para estabelecer este comparativo. Camillo trouxe dados da Federação Global de Associações de Seguros (GFIA, na sigla em inglês), associação que representa as associações de seguros no mundo. O último relatório da entidade afirma que não há tempo para aprender. “Quando nos deparamos como uma crise ficamos com o legado do aprendizado, mas no momento que a enfrentamos temos que nos virar com o que temos, na urgência. E nós tínhamos: seguradoras preparadas tecnologicamente, atentas à necessidade de coberturas e comerciais, uma rede de distribuição extremamente e surpreendentemente preparada, o que muda o rumo da história. Antes da pandemia o corretor vivia sob o medo de que a profissão pudesse acabar com a tecnologia. A tecnologia se mostrou necessária e irmã, e o corretor se mostrou fundamental para o produto seguro chegar às mãos do corretor”.
“Como eu costumo dizer entre corretores: pós pandemia, alguém está interessado em sair da atividade de corretor de seguros para outro setor? Montar uma agencia de viagens, um bar, um local de eventos? Saímos disso tudo com uma oportunidade de fazer muito mais e melhor. O seguro já começa a ser visto como muito mais necessário do que era antes e temos uma gama de oportunidades, até no próprio seguro de automóvel, que antes da pandemia parecia que caminhava para o fim e hoje voltou a ser desejado”, disse Camillo.
Coriolano ressaltou que todos esses desafios aconteceram em momento em que o setor passava por desafios com uma ultraregulação. “O mercado esteve submetido ao stress da comprovação de eficiência, de avalanche de projetos de leis que impactavam a nossa atuação. Muito importante este alinhamento e o comparativo internacional para mostrarmos a nossa importância para a sociedade”.
O presidente da CNseg disse que as perspectivas são de crescimento em diversos ramos, em especial o seguro saúde, pois a pandemia evidenciou a importância. Mas o momento é de desafios. “Ninguém contava com a força desta segunda onda da pandemia e a relativa incapacidade de os governos fazerem ações conjuntas. Mas sou otimista realista, basta ter vontade, como agora estão fazendo lockdown. A vacinação vai ser muito importante para diminuir esta pressão sobre ocupação hospitalar. Estou convencido de que nós somos resultado do que a sociedade precisa, quer e tem condições de pagar. Além da vacinação é importante a preservação da política econômica, a inflação apesar de certo suspiro está bem ancorada, a taxa de juros deve subir, mas não podemos voltar ao cenário de quatro anos atrás. É preciso também investir em auxílio emergencial e políticas pacíficas, ou seja, dar o dinheiro para quem precisa e auxiliar setores de negócios com subsídios e empréstimos. É isso que está sendo discutido no Congresso Nacional e será importante para gerar confiança de consumidores. Nós do mercado de seguros estamos preparados, temos muita tecnologia embarcada, as insurtechs vieram para complementar processos”, avaliou.
O presidente do Sincor-SP apontou que 2021 pode ser muito melhor, principalmente se não tiver entraves impostos ao mercado como em 2020. “Em meio à pandemia tivemos que superar discussões absurdas. Para quem está morrendo afogado jogue a boia, não é hora de querer dar curso de natação, pois vai morrer afogado. Em meio à pandemia vieram questões de resoluções que desassossegaram a distribuição. Olhando globalmente temos acenos positivos e olhando para o Brasil houve retração de -4,1% e nós crescemos 1,3%. Outros países não tiveram as dificuldades do Brasil e mesmo assim não tiveram este crescimento que tivemos. Se essas políticas forem repensadas podemos fazer muito mais e melhor, com o legado que tivemos e o potencial que 2021 traz”.
Rivaldo Leite encerrou dizendo que a primeira live do Sindseg SP foi um sucesso e que, por isso, haverá outras. “Para ser um dos donos do futuro é preciso entender que sozinho não consegue nada, terá que fazer parte de um time”, enfatizou.
Fonte: Comunicação Sincor-SP