CNseg avalia impactos da pandemia no mercado de seguros
8 de abril de 2020A última edição da Conjuntura CNseg aborda os reflexos que a pandemia mundial do novo coronavírus (Covid-19) pode trazer ao mercado de seguros. Segundo a publicação, o crescimento superlativo apresentado pelo setor no ano passado, vai ajudar as seguradoras a manter a arrecadação setorial em nível que pode mitigar a queda de contratações, pelo menos no primeiro semestre.
Para o presidente da CNseg, Marcio Coriolano, entre os fatores a favor do setor, há o próprio desempenho superlativo do setor segurador em 2019, cujos contratos em vigência vão tornar a queda mais suave nos próximos meses, assim como o nível de solvência suficiente e a baixa na sinistralidade de ramos tradicionais, produzida pela circulação menor de pessoas e de atividades nas grandes cidades. “Esses fatores contribuem para baixar a frequência de colisões e roubos de veículos, roubo e furtos de propriedades, além do recuo nos atendimentos eletivos na rede assistencial de planos e seguros de saúde privada”, diz.
O estudo ainda aponta que a perspectiva de alta na taxa de desemprego e a compressão da renda devem impactar as receitas e taxas de sinistralidade dos seguros. Essa retração de diversos mercados poderá atingir ramos tradicionais, como o de Automóveis, o de riscos industriais, Responsabilidade Civil e D&O, além dos seguros de pessoas.
“A queda no setor agrícola deverá ser menor do que a prevista para os setores industriais. Considerando menos severo o contágio em regiões de baixa densidade demográfica; porém um setor afetado pela nova dinâmica do comércio internacional e volatilidade do câmbio. Esse fator impacta o ramo de seguro rural e o de propriedades de empresas da agroindústria. Da mesma forma, impacta os seguros de pessoas e seguros de saúde”, declara Coriolano.
A publicação ainda destaca que os seguros massificados devem enfrentar aumento do cancelamento dos contratos ou da inadimplência decorrentes da pandemia. “O Habitacional, pela restrição de funcionamento das unidades de atendimento do Sistema Financeiro Nacional, e produtos como Vida Risco, Prestamista, VGBL, PGBL e Títulos de Capitalização estão na relação de modalidades à espera de desaceleração”, explica.
As medidas de combate à pandemia que foram adotadas pelo setor (isolamento social, home office, fechamento do varejo) também mereceram destaque na nova edição da Conjuntura CNseg. “Está sendo uma demonstração de que os ‘planos de contingência’ existem e saem do papel, e que o avanço tecnológico e digital colocou o setor muito longe de um segmento econômico atrasado ou conservador”, ressalta Marcio Coriolano.
Fonte: Comunicação Sincor-SP