Fenacor apresenta temas de impacto para a categoria durante o 21º Congresso Brasileiro
14 de outubro de 2019A Fenacor realizou, de 10 a 12 de outubro, o 21º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros, recebendo cerca de 3.500 na Costa do Sauípe, litoral norte da Bahia. Durante os três dias, congressistas e seus acompanhantes desfrutaram dos serviços do resort onde aconteceu o evento, participaram da programação de palestras e conferiram as novidades apresentadas pelas seguradoras e prestadores de serviços nos estandes da Exposeg.
Na abertura, a superintendente da Susep, Solange Vieira, animou os corretores ao revelar que apoia a autorregulação da categoria. “Todo dia acordo pensando o que preciso regulamentar, mas acho que a categoria dos corretores de seguros está madura o suficiente para a autorregulação”, declarou. Ela afirmou que está trabalhando na direção da flexibilização e de buscar mais concorrência para o mercado. O atual foco da regulação é para viabilizar concorrência (produtos, qualidade, preço), credibilidade (conduta adequada, transparência, confiança), cobertura (inclusão, acessibilidade), e tecnologia (flexibilidade, inovação).
Solange também foi destaque no primeiro painel do evento: “Os caminhos para a retomada do crescimento e a reforma da previdência”. Ela disse que a Susep está focada em soluções inteligentes em todo o ciclo de produtos de seguros: no desenvolvimento de produtos, com dados comportamentais utilizados na avaliação de riscos e na precificação; nas vendas, com chatbots para comercializações personalizadas e eficientes; no recolhimento de prêmios, com pagamentos flexíveis e atualizações de cobertura via SMS; no gerenciamento de riscos, com nudges e recompensas por comportamentos menos arriscados; e no processo de sinistros, com imagens aéreas para sinistros mais precisos, análises de voz e facial para detecção de fraude. A superintendente colocou como ações da Susep que trarão oportunidades ao setor: Apólice Eletrônica, Circular 592/2019 (cobertura intermitente), Carta-Circular para uso de peças nos sinistros dos seguros de automóveis, Sandbox como projeto de inovação ao setor e a divulgação da performance dos fundos previdenciários.
O presidente do Sincor- SP e vice-presidente da Fenacor, Alexandre Camillo, mediou o painel “Seguro de Pessoas e Benefícios”. Os participantes – Caio Henrique Cunha (Grupo Rumo Consultório Financeiro); Guilherme Rosante (Rumo Consultório Financeiro); Marco Antônio Gonçalves (Mongeral Aegon); Ricardo Iglesias Teixeira (Centauro-On); e Rogério Araujo (TGL Consultoria e TGL Educação) – defenderam que nunca houve melhor momento para atuação nos ramos de vida e previdência privada. “O segmento de pessoas cresceu mais do que automóvel no último ano, o que era impensável. E temos agora muitas oportunidades, o governo é nosso melhor propagandista, com a reforma da previdência, novos produtos de vida e a necessidade de proteger a renda”, disse Camillo.
O vice-presidente do Sincor-SP e da Fenacor, Boris Ber, apresentou o Estudo Sócio-Econômico das Empresas Corretoras de Seguros (ESECS PJ) 2019, realizado pelo consultor Francisco Galiza. Boris apontou que, entre as características principais que definem o perfil das corretoras, estão: preponderância de atuação de pequenas e microempresas; 65% das empresas têm até quatro funcionários; 56% dos seus prêmios vêm do ramo automóvel; em geral, quanto menor a corretora, maior a participação do automóvel; 10 a 15% das empresas são especializadas em vida ou saúde; as corretoras geram 150 mil empregos diretos; investimentos em tecnologia concentrados em processos administrativos e infraestrutura.
O painel “Futuro do Mercado e da Relação Segurador X Corretor”, mediado pelo consultor jurídico do Sincor-SP, Antonio Penteado Mendonça, contou com a participação dos presidentes das seguradoras Bradesco (Vinicius Albernaz), Chubb (Antonio Trindade), HDI (Murilo Riedel), Sompo (Francisco Cayubi Vidigal Filho, e Tokio Marine (José Adalberto Ferrara).
Para o executivo da Sompo, hoje o corretor de seguros é mais forte e necessário para o mercado. “A primeira coisa que eu vejo é que a relação do corretor com as seguradoras e com o consumidor vai durar por muito tempo”, afirmou. Ele disse que a penetração do seguro é pequena porque é preciso conhecer muito bem o cliente. “Temos que trilhar para outros ramos em que estão as necessidades dos clientes. Novos riscos que estão aparecendo”, ressaltou.
O painel “Mercado Marginal” foi mediado por Robert Bittar, com apresentação de dados e relatórios da Ernest & Young pelo sócio de Serviços Financeiros da empresa, Nuno Vieira, e debates de presidentes das seguradoras HDI (Murilo Riedel), MAPFRE (Luis Gutierrez), Porto Seguro (Roberto Santos) e do deputado federal Lucas Vergílio.
De acordo com Nuno Vieira, o mercado de proteção veicular movimenta entre R$ 7 a R$ 9 bilhões ao ano e representa 27% do mercado de automóvel no Brasil, com prêmio médio de R$ 1.800. São 687 Associações de Proteção Veicular (APV), com 4,5 milhões de associados pelo País, com foco na região Sudeste. Os seguradores que participaram do painel defenderam a punição dos corretores que vendem proteção veicular, enquanto ainda não tem regulamentação. O presidente da Porto Seguro garantiu: “Na companhia, se comprovamos que o corretor comercializa APV, nós o cortamos. Está na hora de pegarmos pesado com isso”.
Durante o evento, ainda houve o anúncio do reposicionamento da ENS, cuja sigla até então se traduzia como Escola Nacional de Seguros, que, a partir de agora, passa também a atender outros setores, mudando de nome para Escola de Negócios e Seguros. Em coletiva de imprensa, o presidente da entidade, Robert Bittar, disse que a mudança na diretoria trouxe um novo olhar para o setor. “Os novos diretores vislumbraram novas oportunidades de treinamento e qualificação em atividades que a Escola pode desenvolver, por isso, a ampliação da atuação passou a ser uma necessidade, indo além dos cursos voltados para o mercado de seguros”.
Fonte: Comunicação Sincor-SP (Thaís Ruco)