Os impactos do coronavírus no mercado de seguros
17 de abril de 2020A última edição do estudo Conjuntura CNseg traz as medidas adotadas pelas empresas diante dos impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), reforçando o papel do mercado de seguros. No entanto, os prognósticos não são animadores a médio prazo.
“A reação do setor à pandemia, para preservar a vida e a saúde de dirigentes e colaboradores, foi objeto de reconhecimento. Do ponto de vista dos negócios, há certa unanimidade de que as consequências da pandemia deverão impactar severamente as atividades de seguros”, aponta o presidente da CNseg, Marcio Coriolano.
Segundo o levantamento, a queda do nível geral de atividades e do emprego impacta mais os ramos de danos e responsabilidades, como automóvel, D&O, bem como os seguros de pessoas. Já a queda na renda e no rendimento médio deve afetar produtos como vida, prestamista, saúde e capitalização. O efeito renda também pode impactar o nível de cancelamento e da inadimplência de contratos de seguros.
A redução na circulação de pessoas nas cidades contribui para deprimir a atividade econômica e a capacidade de recuperação. “Esse fator impacta tanto a oferta de produtos de seguros, quanto a sua demanda, e, principalmente, a distribuição de produtos e serviços securitários pelos corretores”, diz o estudo.
No caso da saúde suplementar, a frequência de exames específicos para a Covid-19, além das internações decorrentes da doença, que estão cobertos pelas seguradoras, devem elevar a sinistralidade do ramo.
Outra preocupação do setor é o aumento na frequência de indenizações por morte em decorrência da Covid-19, em contratos que tiveram flexibilizadas as condições de restrição de coberturas para epidemias e pandemias.
“Embora os prognósticos sejam incertos, vale reproduzir resposta de Raghuram Raja, ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) em recente entrevista: ‘A prioridade número um é conter a pandemia (…). Em segundo lugar, o importante é manter as pessoas vivas. (…). E em terceiro lugar, é preciso manter as estruturas econômicas necessárias para que possa haver crescimento quanto este período terminar. Manter as estruturas funcionando se elas não puderem ser restabelecidas rapidamente’”, completa Coriolano.
Confira a Conjuntura CNseg nº 18.
Fonte: Comunicação Sincor-SP