Superintendente da Susep foca em eficiência para o consumidor e defende importância do corretor
4 de junho de 2019Titular da Superintendência de Seguros Privados (Susep) há dois meses, Solange Paiva Vieira concedeu entrevista coletiva a imprensa especializada do setor, no escritório da autarquia em São Paulo, no dia 29 de maio.
Solange contou que a linha de trabalho da nova gestão segue a diretriz do ministro da Economia, Paulo Guedes, de incentivo à concorrência, desenvolvimento de produtos e normativas para facilitar a vida do consumidor. “Acredito que o setor público participa no mercado para proporcionar o desenvolvimento da economia, gerar emprego, fazer crescer o País”, disse.
“Desde que cheguei olhei alguns números do setor, notamos que temos uma participação no PIB muito aquém. São grandes projetos, mas ainda há muito espaço para crescer”, declarou. Segundo a dirigente, notam-se custos administrativos muito altos no setor. “Queremos trabalhar para reduzir esses valores e refletir em menor preço para o consumidor. Estamos revisitando todo o marco regulatório para entender esta despesa e o que a Susep pode fazer para melhorar”.
Recém-chegada ao mercado de seguros, Solange foi questionada sobre o desafio para conhecer as demandas do setor. “Se olhar meu histórico profissional, verá que é de guinadas de setores muito diferentes. Há muito tempo atuei na área da previdência social, depois na previdência complementar e também tive uma passagem pelo Supremo. Sempre precisei ler e entender novos temas. Depois fui presidente da Anac, um complexo órgão regulador. O setor de seguros guarda uma correlação com previdência, porque tem uma parte atuarial pesada, tive que estudar”.
Em seguida, foi questionada sobre a visão externa, de alguém que não pertencia ao setor, sobre a importância do corretor de seguros. “O papel do corretor de seguros é sempre muito importante. Existem operações muito sofisticadas em ramos que queremos crescer, como o setor de garantias, resseguro, previdência, seguros de renda vitalícia, na área de saúde. Com a tecnologia talvez se desenvolvam estruturas para os seguros mais simples, como celular, computador, bicicleta, e aí deve haver uma mudança de perfil do corretor, de migrar para ramos mais complexos”, analisou.
Segundo a superintendente, a Susep passa por um processo de reestruturação administrativa e operacional, que inclui a proposta de junção com a Previc. “Podemos ter ganhos decorrentes dessa junção. Com isso, a própria Susep deve passar por uma reestruturação. A ideia é que a nova estrutura tenha cinco diretorias”. A proposta de junção Susep e Previc já está no Ministério da Economia e pode ser aprovada ainda este ano.
Solange ressaltou que paralelamente ao trabalho de organizar a casa administrativamente, estão sendo analisados temas que envolvem a tecnologia no setor. “Acreditamos na revolução tecnológica que está acontecendo e queremos ter atuação direta neste tema. Estamos trabalhando nas normas técnicas da apólice eletrônica e em um manual para as SandBox”. A superintendente explica que o conceito de Sandbox é de criar um laboratório para pequenas empresas nascerem, com regras de legislação e taxas mais acessíveis. “É uma espécie de incubadora para as startups”.
A questão das empresas de proteção veicular também está no radar da Susep. “O mercado marginal é um problema. A Susep regula e tem regras para quem é seguradora, quem não é e opera como seguradora não podemos ingerir, não é uma função da Susep consertar isso, o que fazemos é denunciar a irregularidade ao órgão apropriado que é a Polícia Federal”.
Questionada sobre a estrutura da Susep para o trabalho que quer desenvolver, Solange Vieira diz que é pragmática e afirma que o País está passando por ajustes fiscais. “Produtividade é a tônica mundial, do setor privado ao público, e é assim que eu quero que se comporte com a fusão dos órgãos. Olhando para o potencial do mercado que vamos regular, parece que a estrutura é mínima, mas eu compro o desafio, vamos fazer isso funcionar, estamos com um mundo de projetos para rever, se for o caso faremos investimentos em tecnologia para facilitar os processos”, completa.
Fonte: Comunicação Sincor-SP